segunda-feira, 13 de abril de 2009

. . . culpa . . .

" (...) E se o sentimento de culpa é fundamental para nos obrigar a parar e refletir antes de anvançarmos, também pode transformar-se num autêntico colete-de-forças que nos impede de pensar, respirar e até viver. A dimensão da culpa depende da dimensão do acto pelo qual nos sentimos culpados, depende sobretudo da dimensão que nós (e os outros...) damos ao acto que cometemos. Na sociedade actual, deixamos de nos sentir "culpados" por um acto - ou uma série deles - para passarmos a sentir-nos culpados por toda a nossa vida: por gostarmos de mais ou de menos, por nos preocuparmos de mais ou de menos, por trabalharmos de mais ou de menos, por fazermos de mais ou de menos. E grande parte do nosso sentimento de culpa reside num factor que aparentemente escapou ao nosso controlo: o tempo, esse bem precioso que cada vez nos parece mais escasso e que não nos deixa espaço para agirmos como gostaríamos, e -pior - não nos dá sequer oportunidade parar pararmos, sentirmos, pensarmos e mudarmos de rumo. Nem sequer conseguimos retirar aos nossos preenchidos dias uns minutos que nos permitam entender que mal-estar é este que se vai avolumando dentro de nós até parecer tomar conta de todos os nossos sentimentos e condicionar a nossa maneira de agir e de nos relacionarmos. (...)"

Sofia Barrocas (editora executiva) in Notícias magazine 12-04-09

Sem dúvida nenhuma que este breve texto demonstra os sentimentos que tenho dentro de mim... sou culpada de não fazer, de não sentir, de não ter, e serei culpada de acabar...

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